4.6.11

confession

Pesas-me no corpo quente. A imagem do teu sorriso está submersa na minha mente. Avisto-te enquanto te espio, espreitando por entre duas paredes banais, sujas, de rua, e vejo-te. Resplandescente. Descontraído. Sorridente. Simplesmente, vejo-te. Vejo-te através dos olhos mais perspicazes que tenho - insiro com cuidado aquelas únicas lentes que vêem para além da aparência. Vejo-te a sorrir, e sorrio também. Sorrio Mundo fora olhando, através das paredes transparentes do meu coração, para o teu sorriso. Sorrio e ando, daquele modo desengonçado que conheces tão bem, talvez por ti, talvez por mim. Imagino que estás a passear a meu lado, levando-me para o local onde vivo e percebo, pelo teu jeito, que anseias conhecê-lo. Anseio o mesmo e peço-te que entres... que permaneças.
Ando à procura desse teu amor insensato, sensível e horrível. Ando à procura desse teu amor, nos becos e ruínas de cada aparato. Ando à escuta de palavras tuas sem rasteiras. Ando à escuta de palavras tuas dirigidas, excepcionalmente, a mim. Sorrio, e ouço as tuas palavras procurando o motivo de tal sorriso... dizes que o teu tem um motivo e que esse motivo é alguém. Afirmas, carregado de certezas, que gostarias que o alguém pelo qual eu sorrio fosses tu. Se te olhar no fundo dos olhos e assentir com a cabeça... como reages?

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