26.9.11

fantasy

Ele fitava-a com o seu olhar profundo e perseguidor, todas as manhãs. Ela, usualmente discreta, sentia-se tremendamente intrigada e sorria-lhe, envergonhada, despropositadamente. Enquanto os olhos dele a perseguiam, os dela seguiam esse seu olhar, criando-se, rapidamente, um ciclo fantasioso no ar. Ela confidenciava-lhe pequenas palavras transmitindo a saudade que carregava no peito, todas as noites. Ele desejava-a e enquanto o desejo se espalhava pelo seu singular corpo, ela imaginava-se enrolada nos seus fortes e longos braços, deitada na sua cama, ainda no início de uma noite que seria semelhante a muitas seguintes. Esse desejo permaneceu, resistindo ao tempo, às fantasias e às ausências... porque há coisas que o tempo, contrariamente ao ser humano, não ignora.

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