1.11.11

you're my heaven

Envolvi-me num interminável e compulsivo choro, em cada uma das vezes em que te vi partir para longe de mim. Senti o meu coração apertado, moído, pequenino. Dorido. Estávamos perto e, ao mesmo tempo, muito, muito longe. A minha percepção disso aumentava, em cada uma das vezes em que te ias embora, passando por mim, fingindo nem sequer me ver. Olhavas-me sem, no fundo, me olhar, como se falasses comigo sem me olhares nos olhos. Eu não queria um beijo carregado de indignação e de mágoa, eu só queria um olhar intencional, fixado em mim. Escondemo-nos de nós próprios enquanto íamos partindo para longe um do outro. Enquanto traçávamos rumos e objectivos em separado, enquanto percorríamos caminhos opostos. Refugiámo-nos nas ruas amargas da solidão, ao invés de o fazermos nos braços um do outro. No entanto, meu amor, os teus braços são o meu mais doce lar. É quando estou enrolada neles que as coisas se tornam claras. E é nesses instantes que o meu coração aquece. Que acelera. Que aumenta. 
Sim, desastres ruidosos acontecem. E erros também. E as moças psicológicas ficam, por mais horas que passemos a desabafar sobre elas. E as feridas saram, mas as cicatrizes permanecem nos corpos para o resto da vida. Temos que aprender a ultrapassar esses pequenos (grandes) desastres, tais como o metro que parte e te leva com ele, como as cartas com que tínhamos jogado que agora voam pelas janelas, dispersas, como a noite que tínhamos planeado com minúcia e que nem chega a acontecer, como as promessas que se quebram quando o gelar dos corações se dá, como as palavras que calamos por medo das respostas. Mesmo que saibamos que o eterno é uma miragem ou uma viagem que ainda não conseguimos avistar, vamos unir-nos de forma a não partirmos mais para longe de nós mesmos, nem para longe de um do outro. Porque a distância pode já nos ter tirado muita coisa, mas não aguento ver-te ir embora, nem mais uma vez. 
Não quero assistir ao estilhaçar dos nossos corações nem à separação das nossas mãos. Desta vez quero proferir as palavras que guardei por, talvez, demasiado tempo, sem receio da tua reacção, sem medo do derramar das minhas próprias lágrimas em frente a ti. Já me fizeste pôr tantos medos para trás das costas. E eu quero pôr mais este. E eu vou conseguir pôr mais este. Já me fizeste lutar tanto pela minha vida. E desta vez eu quero lutar ainda mais. Porque tu és a minha vida. Já me ensinaste a andar de cabeça erguida, e eu quero conseguir fazê-lo, agora por nós. Por estar feliz por nós. Quero virar a página de uma história cinzenta e triste e, criar um capítulo novo, mais alegre, contudo, mais vazio. Para que nós o possamos encher de rosas vermelhas de paixão e de momentos calorosos de carinho e cumplicidade. Para que nós nos possamos preencher. Quero e irei fazê-lo. E todos os dias, a pouco e pouco, mas de forma cada vez mais intensa, eu vou agarrar-me com as forças que ainda possuo ao teu peito, ouvir o teu coração que bate pela minha aproximação repentina com o maior orgulho, e fazer dos teus braços a minha casa. Eterna. Vou fazê-lo para me lembrar que, foi nos teus braços que comecei a viver, foi aí que renasci, foi aí que me reencontrei, e que é aí que quero acabar. Não me largues nunca mais... é que só tu sabes como me fazer feliz.

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