Sabes que quando te ignoro, só significa que quero mais de ti, não sabes? Se eu não estivesse a morrer de saudades, não estaria nunca, a meio de um dos meus rotineiros dias, a contar quantos mais desses dias teriam que passar até voltares (parcialmente).
É sempre assim - quando achamos que já encerrámos o mais doloroso dos capítulos da nossa vida, vem alguém com perguntas e conversas indiscretas sobre o passado. Ou vemos qualquer coisa que nos traz o passado à tona, por ser tão semelhante a ele. E assim vamos vivendo os dias aparentemente baços, confundindo sentimentos que achamos já não nutrir por um alguém de antigamente.
De que nos serve enterrar memórias, manuscritos, desenhos e simples presentes numa caixa, se dói ainda mais abrir o coração que estava fechado a sete chaves? O coração que outrora estava aconchegado, e que agora está apunhalado de lembranças. Entrando por obrigação no passado. E dói tanto. Dói tanto falar de nós, estando tu tão longe de mim... e estando nós tão longe de ser um nós. Dói, porque cá dentro sei que te amei como nunca amarei mais ninguém. Dói, porque quando partiste levaste metade de mim contigo.
Não sei.. descreve tanto que não há comentário possível.
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