29.5.11

silence#1

Caminhando pelo jardim repleto de beldades naturais, tocantes, sentia-me a esvair... não em sangue, mas em memórias. As memórias apareceram difusas e todas ao mesmo tempo, embaciando-me a vista, baralhando-me os pensamentos. Umas a preto e branco, outras já coloridas, embora todas me soubessem ao mesmo. O Universo sabia a velho, tão velho como as memórias que tinham criado História. A fraqueza apoderou-se do meu corpo dócil, agora decadente e velho também. A dor inha e vinha como uma onda gelada e calorosa. Não tinha mão nenhuma para segurar e me ajudar a percorrer os caminhos de pedras, nem ombro algum para me debruçar. Onde estavas tu? Devias ter estado lá. O teu esquecimento foi a minha única e última memória, daquele, aparentemente, interminável tempo em que me deixaste desamparada e a num canto qualquer. Caminhei em silêncio, despedaçada, disfarçando com o sorriso as palavras que não disse... mas hoje eu sei que calar foi magoar.

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