13.9.11

eleven months

"Aos poucos percebes o que vale a pena, o que se deve guardar para o resto da vida, e o que nunca deveria ter entrado nela."

Já me senti vazia, só e ausente de mim própria, já me alimentei de medos, de frustrações e de esperanças enganosas, já me guiei por palavras maldosas e sem sentido, já caí num buraco tão fundo que não sabia se lhe iria encontrar o fim, já fiquei noites a fio acordada agarrada a uma lembrança passada, já me desfiz em lágrimas em frente de multidões, já neguei a mim própria o meu bem, já me isolei, já me tranquei em casa sem querer enfrentar o Mundo lá fora, já quis iludir-me com o parar do tempo, já calei traições, já guardei rancores, já me convenci que era culpada de todos os males do Mundo, já construí estradas que percorri meticulosamente, apiadas de tempestades que deixaram em mim ínfimas ruínas, já odiei a minha imagem no espelho, já rejeitei a minha personalidade, já perdi a calma e a racionalidade...
Em tempos, já deixei de sonhar... Mas em tempos mais próximos, tu já me transformaste, já preencheste o vazio que sentia a toda a hora, já me acompanhaste, já me encheste de mimos, de palavras reconfortantes, de amor e de paixão, já me fizeste crer que posso guiar-me pelos teus passos e pelas tuas juras e promessas, já me levantaste de quedas sem nunca me largares da mão, já passaste noites a fio a ouvir as minhas lamúrias para que conseguisse adormecer serena, já dormiste a meu lado, já construíste muros para que não tivesse pesadelos, já me limpaste lágrimas que pareciam escorrer sem fim, já me abriste os olhos para a vida, já me trouxeste de volta o amor próprio, já me obrigaste a falar, a partilhar, a libertar-me dos terrores do passado, já ouviste as minhas inúmeras histórias infelizes, já me fizeste mudar de rumo e já me trouxeste um destino diferente, junto a ti. Sonhar? Não me fizeste voltar a sonhar, porque não foi preciso. Foste a melhor coisa que já me aconteceu, e eu sei que és puramente real.
Amo-te sem fim.

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