13.9.11

miragens

Sempre pensei que tu...
me fosses olhar nos olhos, fundos e baços, quando os nossos olhares se cruzassem por mero acaso,
corresses para os meus braços e me abraçasses com todas as tuas forças,
me fizesses esquecer dos tempos em que não tivemos oportunidade de ser nós, livres e sem proibições,
me fizesses apagar as noites que passei em branco, pela falta que me fazia a tua voz grave,
fosses cumprir com as tuas palavras aparentemente gentis e honestas,
fosses extrair a dor e o receio do meu coração,
fosses acabar com as farsas e os duplos cortejos.
Sempre pensei que tu...
me deixasses enconstar a cabeça no teu ombro, nos instantes mais difíceis de passar,
me percorresses a face com os dedos ligeiros, tocando-me suavemente, somente porque sim,
me beijasses com ternura e desasossego,
fosses fazer com que o tempo fosse agora só nosso,
fosses ocupar os, outrora, nossos espaços, fortalecendo os vínculos,
no fim de tudo, acabasses por pedir-me que fosse eternamente tua.

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