19.9.11

(no) regrets

Meu amor, como te pudeste esquecer de como se cuida de mim? Sabias fazê-lo tão bem. E sei que ao dizê-lo posso estar a condicionar o futuro, no entanto, nunca mais ninguém vai fazê-lo como tu. Em qualquer que fosse a altura, sabias aquecer o meu peito com as tuas palavras meigas, as minhas bochechas coravam com o teu jeito de ser e, nas noites mais frias e sombrias, sabias como afastar os pesadelos da minha mente e adormecias-me lentamente, com as típicas festinhas no cabelo, enrolando-mo. As noites eram serenas, e eu já me sentia realizada somente por saber que irias ficar a meu lado durante todas elas. Tantas vezes te pedi - "mas não me deixes, não?" - e tu tantas vezes me respondeste, convicto, que não me preocupasse. Eu adormecia, sem me preocupar, e hoje apercebo-me que dormi demais. Adormeci, iludida, nas formas enganadoras do tempo. Hoje, essas noites frias e sombrias são passadas em branco, a relembrar como eram aconchegantes as tantas outras em que ambos adormecíamos de mãos dadas e arrastávamos os lençóis pelo quarto ao acordar ou a recordar com alegria e um tanto ou quanto de humor as manhãs em que eu te expulsava da banheira ou reclamava pelas mais pequeníssimas coisas ou a saborear, uma vez mais, a magia dos instantes que me outrora proporcionavas. Hoje, daria este Mundo e o outro para me perder contigo nos labirintos da paixão. Hoje, o meu maior desejo é voltar a ser chamada de "princesa", e a ser tratada como tal. E tu, maldito tempo que tanto me atormenta, afinal por que é que tanto me foges quando preciso de te agarrar e me torturas quando só quero que passes bem rapidinho?

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