2.11.11

sem rasto

Não quero que partas outra vez só para que a tua ausência seja notada. O meu coração estará sempre à tua espera. Sempre que o teu partir, esquecendo-se do meu, tentando não deixar rasto. Sempre que tu partires por tempo indeterminado, sempre que te apetecer mudar de vida. E eu, ficarei sentada na paragem a ver o teu comboio partir, observando ao pormenor as feições do teu rosto, do lado de lá do vidro embaciado, e tu me dirás adeus só com o olhar. Irei sentir que metade de mim parte contigo, irei encher-me de certezas de que a possuirás para todo o sempre.
Já mal sobrevivo de metades, por isso, não partas mais. Já tens tanto de mim, e eu tão pouco de ti. Fica e devolve-me tudo aquilo que conseguiste de mim em cada uma das tuas partidas. Eu dar-te-ei um pouco mais. E ainda mais...
Porque, meu anjo branco, as rosas, que deixaste em cima da bancada e que agora transmitem um futuro repleto de esperanças e as luzes das velas que acendemos naquela nossa noite, continuarão sempre à tua espera.

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