8.11.11

viagem só de ida

E amor não é, tantas vezes, doença que se apodera de nós como uma flecha e nos consome aos bocadinhos? E amor não é, tantas vezes, calafrio que passa pelo nosso corpo e chega a causar um nó na garganta? E amor não é, tantas vezes, oferta de tudo sem retribuição de ponta de nada? E amor não é, tantas vezes, noite passada em branco com o rosto alojado nas lágrimas amargas? E amor não é, tantas vezes, silêncio que aperta no coração? E amor não é, tantas vezes, luta incansável em troca de palavras de esperança? E amor não é, tantas vezes, gelo ou chama que nos queima? E amor não é, tantas vezes, olhar de censura e beijo de obrigação? E amor não é, tantas vezes, falta de uma voz grossa ou de um abraço bruto? E amor não é, tantas vezes, promessa quebrada e esquecida? E amor não é, tantas vezes, mentira disfarçada com vendas nos olhos? E amor não é, tantas vezes, um toque e uma partida sem aviso prévio? E amor não é, tantas vezes, pássaro que voa sem rumo e sem destino? E amor não é, tantas vezes, água que nos escorre por entre os dedos? E amor não é, tantas vezes, sentimento pintado de preto ou, simplesmente, vazio? E amor não é, tantas vezes, descoberta de um Mundo mais nostálgico? E amor não é, tantas vezes, balada triste tocada no piano? E amor não é, tantas vezes, rosa seca e sem cor alguma? E amor não é, tantas vezes, solidão extrema? E amor não é, tantas vezes, assalto da Alma que descansava em paz até então?
E amor não é, tantas vezes, pergunta por responder?
E amor não é, tantas vezes, dizer que te amo sem obter palavra de resposta?
E amor não será, tantas e tantas vezes, viagem só de ida?


1 comentário:

  1. mesmo assim... sendo uma viagem só de ida... o amor é uma coisa imprescindível e ninguém renuncia a isso...

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