27.12.11

silence#5

Dizes-me que tens saudades das minhas palavras meigas, amigas. E eu penso nas saudades que tenho das tuas palavras rasteiras ao meu ouvido, em tom baixinho. Da tua respiração junto ao meu pescoço. E... penso apenas, porque falar-te é pecado. Porque falar-te é proibido.
Mas, se eu me descair por umas horas, não contes a ninguém, está bem meu anjo? Sempre foste a minha maior tentação. Sempre foste o meu único segredo. E eu quero guardar-te assim, intocável, inquebrável, para poder ser a única a recordar-te como mais do que um simples amor. 
Estive apaixonado por ti - dizes por fim, depois de mil rodeios e de mil palavras manhosas. E eu penso no quão gostaria que as tuas palavras transparecessem o presente. E penso apenas, porque falar-te é pecado. E desejo-te. E esse desejo é mais do que um simples pecado. Mas, desejo-te, irremediavelmente. Hoje mais do que ontem. Amanhã mais do que hoje. E sei que, ainda que em silêncio, nós não acabamos. 
Te(re)mos todo o tempo do Mundo.

1 comentário:

  1. Como estas palavras são boas e ao mesmo tempo dolorosas de se ler. Gosto muito.

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