4.4.12

...tu#11

A mim não me importa o tempo chuvoso e enublado lá fora, o lugar imperfeito, o jeito despenteado do teu cabelo, o teu ar ensonado, o calor do teu quarto, o escuro do meu. Eu importo-me contigo, e com o nosso bem, amor. Importo-me e gosto de saborear bem os pequenos e simples momentos que partilhamos. Como os de hoje. Deitados no meio dos lençóis com braços, mãos e pés todos dados ou atados, com a tua cabeça sobre o meu peito, e, de repente, com a interrupção do calmante silêncio pela tua voz, perguntando-me se, pelas batidas do meu coração, aceleradas, aceleradas, estou nervosa. E oh amor, eu sorrio, sabes? Porque a teu lado é impossível passar os dias nervosa. Às vezes, quando o telefone não toca por muitas horas e quando chega o tempo de ir dormir sem eu ter as tuas palavras queridas, eu fico. Mas logo vens tu e essa tua personalidade de encantar e tudo passa. E pode cair o Mundo a meus pés com alento para me fazer cair também, que eu não caio. Sei que, como hoje me disseste baixinho mas com gestos fortes e certos, tu me agarras. E me agarrarás. Tive a certeza disso hoje e tenho a certeza disso a cada dia que passa, porque as nossas mãos continuam sempre dadas, os nossos sorrisos sempre um do outro, e os nossos passos sempre bem juntinhos. E não me importa se ao entrelaçar os dedos no teu cabelo ficas com ar desmazelado. E não me importa se estamos deitados na praia a ver o pôr-do-sol, ou deitados num apertado saco-cama dentro de uma tenda num final de tarde de verão, ou deitados no chão por mera brincadeira, importa-me o nosso bem e, acima de tudo, importam-me os nossos braços, mãos e pés todos dados e atados e a tua cabeça sobre o meu peito a ouvir o meu coração. Porque ele bate depressa, sim. Mas tudo está bem amor. Tudo está bem demais. E é graças a ti.
E como tu hoje me confessaste também, sem sequer saberes que já to tinha confessado aqui, por palavras escritas, um amo-te já não chega.

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