25.6.11

I will love you until the end

Nos instantes mais terríveis, em que as feridas se tornam incuráveis, os ponteiros do meu relógio teimam em não se mover. As fracções de segundo ganham dimensões maiores e o tempo torna-se imenso! No entanto, naqueles instantes menos sós, que nunca são em vão - aqueles em que estás do meu lado - esses mesmos ponteiros voam. O tempo voa e eu perco-me nesse tempo, perco-me nesta imensidão de palavras que escrevo depois de cada pedaçinho meu e desse meu tempo que te dou, sem segundas intenções, depois de cada parte de mim que te dou a conhecer e que te ofereço, conscientemente, e sem procurar retornos. Tudo o que te dou é de alma e, essencialmente, é de coração. Até te dou o meu coração, inevitavelmente, quando me perco nos teus 5 sentidos, quando me perco nos vértices do teu corpo, quando me perco na doçura da tua voz, quando me perco nas linhas do teu rosto, quando me perco nas tuas frases encantadores em que me dizes (e repetes, vezes sem conta) que sou toda tua, quando me perco no teu olhar profundo e super expressivo, quando me perco nas festas que me dás, quando me perco na suavidade do teu toque, quando me perco nas brincadeiras em que entrelaças os teus dedos pelos nós do meu cabelo, quando me perco na saudade... de ti. Dou-te o meu coração, sem pensar duas vezes, sem sequer pestanejar, porque sei que esta saudade me mata, me corrói e me destrói... porque sei que, enquanto te tiver comigo, é (quase) meu dever dar-te tudo de mim; mostrar-te quem sou, contar-te a minha vida, incluindo as histórias de amor e de terror, as amizades desfeitas e os actos dos quais me arrependi, dar-me a ti; amar-te sem fim. Sei que, enquanto fores meu, o mais importante a fazer é aproveitar todas essas fracções de segundo, todos esses minutos, todas essas horas e dias, porque sei que todas essas divisões do nosso diminuto tempo vão aparentar ser curtas, não vão chegar, não nos vão satisfazer... porque sei que mais vão ser os meses em que as nossas mãos estarão separadas do que os dias em que vão estar juntas. Apesar de sentir que quero valorizar ao máximo todos os bocadinhos de tempo que ainda nos restarem, sinto também que o tempo que não tivermos nos vai dominar e vai deixar sequelas. Sinto que devo, portanto, dar-te o meu coração. Escrevo e gravo aqui, para que não te esqueças: vou esperar por ti, todos os meses que forem necessários, para mo devolveres, e para podermos partilhar o que sentimos. Os dois. Nesses dias, vou esforçar-me para não me esquecer de ti e vou fazer de tudo para nos recordar, aos dois, naquele fim de tarde em que caminhámos de mãos dadas pela areia gelada devido ao mar revoltoso, em direcção à natureza e observámos o mais belo pôr-do-sol, que acalmou os nossos medos. Vou fixar a imagem do teu sorriso na minha mente, no futuro, e digo-te, certa e convicta, neste belo e nosso tempo que é o presente, que será ele a razão das minhas forças para batalhar e vencer na vida. Vou imaginar-te a aconchegares-me no saco-cama durante aquela noite fria, aquecendo-me com os teus longos braços, agarrando-me, massajando-me o corpo queimado e ressequido do sol, a dares-me um beijo de boa noite e a adormeceres a meu lado, juntinho a mim. Vou cuidar de ti e proteger-te das tempestades com que, por vezes, somos surpreendidos. Vou amar-te ainda mais. Vou amar-te a cada linha honesta de cada carta carregada de saudade que te escrever, vou amar-te a cada dia em que sentir a tua falta, vou amar-te a cada dia em que sentir que algo indispensável me falta: neste caso, alguém - tu. Vou amar-te até ao fim dos nossos tempos a dois. E sei que, por mais longínqua que a distância seja, estarás sempre perto.

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