6.8.11

madness

Sinto a falta dos teus sorrisos rasgados, que me preenchiam os dias. O ciúme inflamou esses nossos dias, a distância reduziu-os e impôs-lhes limites: os temerosos kilómetros. A nostalgia infinita que me invade agora nestes dias desfocados e incertos, sem pedir permissão e sem avisar previamente, é imensa, intensa, agreste, quase-fulcral. Quase-fulcral na nossa existência, ou fulcral na nossa inexistência. Quase-fulcral na quase-felicidade ou fulcral na mais pura das infelicidades. Avisto agora as inúmeras gaivotas no céu, reunidas, quase-combinadas, e imagino-te a ti, dando um chuto nas adversidades da vida, enfrentando as vertigens do mais arrebatador dos amores e, esquecendo, por momentos, o tempo e o espaço em que nos inserimos, enrolando o teu braço à volta do meu ombro. Num gesto dócil e afável, consegues fazer com que também eu me afaste da realidade, do tempo e do espaço e me concentre apenas no calor que me traz o teu toque. Voltas a preencher por um pouco, não os meus dias, mas a minha alma. A minha alma conservada no vácuo, escassa de ti e da tua presença. Nas calúnias da mesma, sinto a falta dos teus sopros no meu ouvido e das cócegas à noitinha, seguidas de gargalhadas monumentais e estridentes. Sinto a falta da tua alma e das tuas emoções, do teu corpo e do teu jeito desajeitados, das tuas mãos macias, da tua fala, das covinhas na tua face... Sinto a tua falta, por seres esse ser quase-indispensável na minha vida e, por sua vez, na minha alma.

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